com lâminas de velhas luas
cortas sempre a pele para dar de beber
às últimas sementes
e acreditas no súbito florir das acácias
a sangue bordas cicatrizes de ouro
sobre velhos vestidos de linho – mas o tempo há-de
calcinar a tua fulgurante adolescência
cálida estás ainda morta sob os cascalhos
de antigos palácios onde viveste
quieta dormes no leito dos lagos
debruçada sobre a translucidez dos espelhos
- porque recolhes o coração à antiguidade tumultuosa
destas sombras?
As crianças de éter perguntam-te o mistério purpúreo
dos sepulcros
são ingénuos pássaros de asa rendilhada
respondes que na penumbra
as palavras se fazem da fosforescência das cinzas
brotam dos pulsos como sôfregas aves
perpassam as memórias inquietas
dizes estou à espera de um cavaleiro
no dia em que regressar do incêndio dos túmulos
um último sol há-de banhar o
desespero
Arderam as lápides, Nunes Noite
(reflexo de conversas nocturnas sobre infâncias já longínquas e velhas ruínas de palácios)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
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3 comentários:
Oh, Luíza... Este era para o www.sms@night2.blogspot.com ;) tsc tsc *
Agora mais séria... Gostei especialmente da parte "a sangue bordas cicatrizes de ouro
sobre velhos vestidos de linho".
P.S.: Não te esqueças da Ode !!! :D
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