quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O sorriso

Creio que foi o sorriso,
sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

5 comentários:

Luiza Nunes disse...

há sorrisos luminosos
como manhãs translúcidas

afiados, brancos,
rasgados nos rostos
nas máscaras mortuárias

são silêncios critalizados
de alegria
ou lâminas de loucura
a incendiar desertos

(escrevi este poemita porque não consigo ler um poema de Eugénio de Andrade e ficar calada)

Karenina disse...

"são silêncios cristalizados
de alegria
ou lâminas de loucura
a incendiar desertos"



Nunca te cales.

Karenina disse...

e se te volto a citar, faz ainda mais sentido.

Luiza Nunes disse...

obrigado pelo comentário Karenina. só por comentários destes vale a pena papaguear...:)

Paulo Brás disse...

"(escrevi este poemita porque não consigo ler um poema de Eugénio de Andrade e ficar calada)"

amorosa