terça-feira, 3 de novembro de 2009

Poesia de ventos e de ciprestes


"De tarde viera alguém com flores - lírios,
jacintos, narcisos, despedidas - e a porta ficara
aberta desde então. Agora as traças ciciavam

lá fora numa alegria turva em torno de uma
lâmpada; e, sobre o banco do alpêndre, jazia um
livro aberto na mesma página fazia quase um dia.

Batia-me nos pulsos um vida vencida; e, mesmo
que a terra apenas aguardasse o fulgor da manhã
para chamar pelo teu corpo, tive a certeza de que
era sobre o meu que a noite eternamente se abatia."



Maria do Rosário Pedreira, O Canto do Vento nos Ciprestes

2 comentários:

Paulo Brás disse...

concluí que gostas de poucos ornamentos :D *

Luiza Nunes disse...

Pode-se dizer que sim. Gosto de um estilo fluído, natural.
:)